No dia 8 de julho, a Record estréia a novela Chamas da Vida, de Cristiane Fridman. Protagonizada por Juliana Silveira, que protagonizou Florisbela, na Bandeirantes, a novela tem como foco a instituição do Corpo de Bombeiros e ainda discute temas polêmicos, como pedofilia e HIV. Em entrevista a OFuxico, a autora fala sobre o projeto:
OFuxico: Por que colocar na trama a instituição do Corpo de Bombeiros?
Cristiane Fridman: Queria fazer uma novela positiva, pra cima! A instituição do Corpo de Bombeiros é uma das poucas que funcionam e têm prestígio, junto aos brasileiros. E os bombeiros são de fato profissionais admiráveis. Não somente pela coragem, mas principalmente pela extrema generosidade. Um dos lemas deles é 'nada do que é humano nos é indiferente'. É uma alegria retratar pessoas com paixão e respeito pelo que fazem.
OFuxico: Qual é a história central da trama?
Cristiane: É a história de dois amigos de infância, Pedro (Leonardo Brício) e Carolina (Juliana Silveira), que se reencontram num momento dramático - um incêndio criminoso na fábrica do pai dela - e se apaixonam. O romance deles é afetado por uma trama de mistério e vingança, porque o irmão do Pedro e o pai da Carolina são os suspeitos desse incêndio criminoso. É uma novela romântica com ação, e que também valoriza o humor.
OFuxico: Quem são os protagonistas?
Cristiane: Pedro e Carolina. Ele é um bombeiro, irmão-pai dos três irmãos Rafa (João Vitor), Vivi e Antônio (Dado Dolabella). O núcleo familiar do pai é uma delícia. Pedro tem que enfrentar a fase adolescente de Vivi; a caçula que odeia que ele seja bombeiro e o irmão desajustado, Antônio, que participa de uma gang e se envolve com drogas sintéticas.
OFuxico: Quais os núcleos da novela?
Cristiane: Temos o núcleo dos bombeiros, da Pensão Tuquinha, o dos papéis trocados (ele, Brito, é a "rainha do lar" e a mulher Roseclair é que trabalha fora), o do ferro-velho, que se trata de uma gang que se envolve com rachas, raves e drogas sintéticas. Já o da Carolina, mansão na Urca, com os pais dela Walter e Arlete. O núcleo da Vilma, a vilã, que mora com os filhos e abriga o pai dela, Dionísio, e tem ainda o núcleo da reserva florestal, ermitão Miguel.
OFuxico: A novela trará algum tema especial para discussão?
Cristiane: Sim, temos o núcleo do ferro-velho, com jovens que participam de rachas e raves, e faz parte deste universo a droga sintética. Também abordaremos a pedofilia, através do personagem Lipe (André Mauro). Além disso, o Guilherme (Roger Gobeth) é um bombeiro, filho do Brito e da Roseclair, e será contaminado pelo HIV. A luta, o percurso deste personagem, será o de enxergar que ser soropositivo não é uma sentença de morte sumária. Dentro de algumas limitações, ele apreenderá a tocar sua vida com alegria e esperança.
OFuxico: O slogan da novela diz: 'Todos nós precisamos de um herói'...
Cristiane: Viver com ética, ter paixão pelo que fazemos; acreditar em nós mesmos, no outro, realizar os sonhos, admirar uma instituição em um Brasil desacreditado, dar um simples bom dia, ter uma vizinhança amiga, amar, ter romantismo, gargalhar, sorrir... em um mundo no qual as pessoas estão se matando no trânsito, por conta de uma fechada; pais e mães maltratando filhos; jovens se degladiando em festas, nas ruas...o heroísmo está em resgatar o que temos de mais humano. Acender e ascender às chamas da vida: a chama do amor, da paixão, da ética, da solidariedade, do riso, da generosidade. E quando vemos este fogo em alguém, não há como não dizer que 'todos nós precisamos de um herói'!
OFuxico
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